10.000 livros     disponíveis até 2001
" Conheça um pouco     deste projeto, que se propõe a colocar cópias dos melhores livros do mundo na Internet "
Um alemão     chamado Gutenberg inventou a prensa, iniciando um processo de massificação que colocaria     os livros ao alcance da maior parte das pessoas. Quebrava um paradigma e dava uma grande     contribuição para o progresso da humanidade, pois até então os livros eram escritos e     copiados a mão portanto, privilégio de poucos.
Cinco séculos depois, os     computadores e a tecnologia das comunicações fazem uma verdadeira revolução, e nos     permitem vivenciar um salto tão significativo quanto aquele outrora dado pelo inventor     alemão Nos aproximamos da realização de um dos mais antigos sonhos: a criação de uma     biblioteca universal.
Muitas iniciativas no     ciberespaço contribuem para esta verdadeira democratização do conhecimento, e o Projeto     Gutenberg merece especial atenção, pela época em que foi concebido, pela sua filosofia     e pelos seus mecanismos de sobrevivência e de operação.
Há 26 anos, quando a     Internet ainda nem era chamada desta forma e era privilégio de especialistas, fria e     repleta de indecifráveis comandos Unix, um americano chamado Michael Hart teve uma     visão: o maior benefício dos computadores não seria a computação, mas a gravação,     recuperação e pesquisa sobre o que estava armazenado em nossas bibliotecas. O     visionário Michael digitou e transmitiu o primeiro texto eletrônico do projeto Gutenberg     - a Declaração de Independência dos Estados Unidos.
Corno todo visionário, em     1971 Michael não foi reconhecido. Ao contrário, muitas vezes foi tomado como louco. Esta     era provavelmente a mais sensata conclusão para uma época onde era impossível imaginar     que um dia existiriam computadores sobre as mesas de nossas casas... As cotas dos discos     dos mainframes (computadores de grande porte) eram da ordem de 10 kbytes, e poucas pessoas     tinham acesso aos recursos computacionais.
No início o projeto andava     realmente a passos lentos, já que Michael simplesmente tinha que digitar cada um dos     textos. O crescimento significativo somente veio ocorrer há pouco, com o surgimento de     computadores cada vez menores, mais potentes e baratos, com os scanners, que deram uma     nova força à iniciativa, e com a popularização da Internet, que trouxe público     e principalmente colaboradores.
Atualmente, já se     encontram disponíveis em torno de 1.000 trabalhos, e o objetivo de Michael Hart é     atingir o número de 10.000 obras, no ano de 2001, quando o Projeto estará completando     seus 30 anos. Sua biblioteca abrange desde a literatura leve de "Alice no País das     Maravilhas", a Peter Pan" e Fábulas de Esopo", até uma literatura mais     pesada, onde encontraremos entre outros a "Bíblia", "Moby Dick" e     "Paraíso Perdido", incluindo também obras de referência, como almanaques,     enciclopédias e dicionários.
Você deve estar pensando:     "E os autores, o que acham de verem seus livros distribuídos livremente?" Bem,     a história não é exatamente esta. Na verdade. somente estarão disponíveis livros que     já tenham entrado em domínio público, o que ocorre 50 anos após a morte de seu autor,     de acordo com a lei americana de copyright. Isto cria uma grande dificuldade na     disponibilização de publicações recentes, pois se um livro é publicado hoje e seu     autor viver ainda 30 anos, somente daqui a 80 anos o livro será de domínio público.     Neste contexto, portanto, somente os livros que sobreviverem ao tempo poderão ser     imortalizados através de sua versão eletrônica. palavras extremamente facilita
Nesta biblioteca os livros     são arquivos compactos, que você baixa para seu próprio computador e lê no seu editor     de textos favorito. A premissa básica adotada pelo projeto é que os Etextos (textos     eletrônicos) devem estar disponíveis da forma mais simples e fácil de se utilizar     possível, de forma a atender a 99% do público em geral. Assim sendo, o formato de     gravação é o txt pleno, o que permite uma busca por palavras extremamente facilitada,     além de ampla compatibilidade com os mais diversos processadores de textos.
Em vista de suas     características de acesso rápido, fácil e gratuito, esta biblioteca digital poderá     atender eventual necessidade de livros não encontrados nas bibliotecas tradicionais,     além de suprir os estudantes com farto material de consulta em pesquisas. Estes livros     eletrônicos também podem ser utilizados em sintetizadores de voz, beneficiando os que     não quiserem ou não puderem se dedicar à leitura, como os deficientes visuais, por     exemplo.
Nos planos para o futuro     estão versões de publicações em outras línguas (já que praticamente todo o material     hoje disponível está em inglês), além de imagens e sons, que ainda não enriquecem     esta biblioteca por não possuírem padrões consolidados, além de ocuparem muito espaço     em disco para os parâmetros atuais de armazenamento. Simples demais? Pode ser, mas     é esta simplicidade que garante a funcionalidade do projeto e que permite que outras     iniciativas utilizem os E-text do Projeto Gutenberg como base para realizações mais     arrojadas.
A filosofia de escolha dos     títulos que compõem a biblioteca também é realizada de forma a atender a maioria. A     tendência é que sejam encontrados lá os grandes clássicos e livros que a princípio     podem ser do interesse de qualquer um, sendo relegados a segundo plano os títulos     dedicados a assuntos específicos. Em grande parte são os próprios colaboradores que     escolhem as obras sobre as quais desejam trabalhar, participando intensamente, portanto,     deste processo de seleção.
Na verdade, os     colaboradores são fundamentais para este projeto, e quando se atenta para eles,     percebemos o quanto do espírito da Internet está agregado neste trabalho. São 500     colaboradores, que na maior parte das vezes trabalham não por dinheiro, mas por prazer, e     por acreditarem na importância da iniciativa. Encontram-se fisicamente dispersos e se     comunicam por e-mail, encarregando-se de scanear, digitar, conferir e até realizar     pesquisas sobre a disponibilidade dos textos a nível de copyright. No ano passado o projeto perdeu o apoio da     Universidade de Illinois, e agora, mais do que nunca, precisa da colaboração financeira     e colaborativa de todos quanto se dispuserem para tal.

 
 
Esse projeto vem ajudando na evolução e disseminação da informação, proporcionando às pessoas que não possuem um valor aquisitivo alto a oportunidade de ter acesso a obras caras, raríssimas e etc. Tudo gratuito!
ResponderExcluir