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domingo, 28 de novembro de 2010

Projeto Gutenberg


10.000 livros disponíveis até 2001

" Conheça um pouco deste projeto, que se propõe a colocar cópias dos melhores livros do mundo na Internet "

Um alemão chamado Gutenberg inventou a prensa, iniciando um processo de massificação que colocaria os livros ao alcance da maior parte das pessoas. Quebrava um paradigma e dava uma grande contribuição para o progresso da humanidade, pois até então os livros eram escritos e copiados a mão portanto, privilégio de poucos.
Cinco séculos depois, os computadores e a tecnologia das comunicações fazem uma verdadeira revolução, e nos permitem vivenciar um salto tão significativo quanto aquele outrora dado pelo inventor alemão Nos aproximamos da realização de um dos mais antigos sonhos: a criação de uma biblioteca universal.
Muitas iniciativas no ciberespaço contribuem para esta verdadeira democratização do conhecimento, e o Projeto Gutenberg merece especial atenção, pela época em que foi concebido, pela sua filosofia e pelos seus mecanismos de sobrevivência e de operação.
Há 26 anos, quando a Internet ainda nem era chamada desta forma e era privilégio de especialistas, fria e repleta de indecifráveis comandos Unix, um americano chamado Michael Hart teve uma visão: o maior benefício dos computadores não seria a computação, mas a gravação, recuperação e pesquisa sobre o que estava armazenado em nossas bibliotecas. O visionário Michael digitou e transmitiu o primeiro texto eletrônico do projeto Gutenberg - a Declaração de Independência dos Estados Unidos.
Corno todo visionário, em 1971 Michael não foi reconhecido. Ao contrário, muitas vezes foi tomado como louco. Esta era provavelmente a mais sensata conclusão para uma época onde era impossível imaginar que um dia existiriam computadores sobre as mesas de nossas casas... As cotas dos discos dos mainframes (computadores de grande porte) eram da ordem de 10 kbytes, e poucas pessoas tinham acesso aos recursos computacionais.
No início o projeto andava realmente a passos lentos, já que Michael simplesmente tinha que digitar cada um dos textos. O crescimento significativo somente veio ocorrer há pouco, com o surgimento de computadores cada vez menores, mais potentes e baratos, com os scanners, que deram uma nova força à iniciativa, e com a popularização da Internet, que trouxe público e principalmente colaboradores.
Atualmente, já se encontram disponíveis em torno de 1.000 trabalhos, e o objetivo de Michael Hart é atingir o número de 10.000 obras, no ano de 2001, quando o Projeto estará completando seus 30 anos. Sua biblioteca abrange desde a literatura leve de "Alice no País das Maravilhas", a Peter Pan" e Fábulas de Esopo", até uma literatura mais pesada, onde encontraremos entre outros a "Bíblia", "Moby Dick" e "Paraíso Perdido", incluindo também obras de referência, como almanaques, enciclopédias e dicionários.
Você deve estar pensando: "E os autores, o que acham de verem seus livros distribuídos livremente?" Bem, a história não é exatamente esta. Na verdade. somente estarão disponíveis livros que já tenham entrado em domínio público, o que ocorre 50 anos após a morte de seu autor, de acordo com a lei americana de copyright. Isto cria uma grande dificuldade na disponibilização de publicações recentes, pois se um livro é publicado hoje e seu autor viver ainda 30 anos, somente daqui a 80 anos o livro será de domínio público. Neste contexto, portanto, somente os livros que sobreviverem ao tempo poderão ser imortalizados através de sua versão eletrônica. palavras extremamente facilita
Nesta biblioteca os livros são arquivos compactos, que você baixa para seu próprio computador e lê no seu editor de textos favorito. A premissa básica adotada pelo projeto é que os Etextos (textos eletrônicos) devem estar disponíveis da forma mais simples e fácil de se utilizar possível, de forma a atender a 99% do público em geral. Assim sendo, o formato de gravação é o txt pleno, o que permite uma busca por palavras extremamente facilitada, além de ampla compatibilidade com os mais diversos processadores de textos.
Em vista de suas características de acesso rápido, fácil e gratuito, esta biblioteca digital poderá atender eventual necessidade de livros não encontrados nas bibliotecas tradicionais, além de suprir os estudantes com farto material de consulta em pesquisas. Estes livros eletrônicos também podem ser utilizados em sintetizadores de voz, beneficiando os que não quiserem ou não puderem se dedicar à leitura, como os deficientes visuais, por exemplo.
Nos planos para o futuro estão versões de publicações em outras línguas (já que praticamente todo o material hoje disponível está em inglês), além de imagens e sons, que ainda não enriquecem esta biblioteca por não possuírem padrões consolidados, além de ocuparem muito espaço em disco para os parâmetros atuais de armazenamento. Simples demais? Pode ser, mas é esta simplicidade que garante a funcionalidade do projeto e que permite que outras iniciativas utilizem os E-text do Projeto Gutenberg como base para realizações mais arrojadas.
A filosofia de escolha dos títulos que compõem a biblioteca também é realizada de forma a atender a maioria. A tendência é que sejam encontrados lá os grandes clássicos e livros que a princípio podem ser do interesse de qualquer um, sendo relegados a segundo plano os títulos dedicados a assuntos específicos. Em grande parte são os próprios colaboradores que escolhem as obras sobre as quais desejam trabalhar, participando intensamente, portanto, deste processo de seleção.
Na verdade, os colaboradores são fundamentais para este projeto, e quando se atenta para eles, percebemos o quanto do espírito da Internet está agregado neste trabalho. São 500 colaboradores, que na maior parte das vezes trabalham não por dinheiro, mas por prazer, e por acreditarem na importância da iniciativa. Encontram-se fisicamente dispersos e se comunicam por e-mail, encarregando-se de scanear, digitar, conferir e até realizar pesquisas sobre a disponibilidade dos textos a nível de copyright. No ano passado o projeto perdeu o apoio da Universidade de Illinois, e agora, mais do que nunca, precisa da colaboração financeira e colaborativa de todos quanto se dispuserem para tal.

Um comentário:

  1. Esse projeto vem ajudando na evolução e disseminação da informação, proporcionando às pessoas que não possuem um valor aquisitivo alto a oportunidade de ter acesso a obras caras, raríssimas e etc. Tudo gratuito!

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